Desde 1976 somente máquinas, caminhões, ônibus, picapes com carga útil superior a 1.000 kg e utilitários com tração 4×4 e reduzida podem usar motores a diesel.
Provavelmente você nunca parou para pensar nisso, mas o Brasil é o único país do mundo a proibir através de lei o uso de motores a diesel em carros de passeio.
Essa proibição foi reflexo da crise do petróleo ocorrida em 1973 que expôs a situação altamente vulnerável a que o país estava sujeito. Na época, 98% da frota brasileira era movida a combustíveis derivados do petróleo e 78% desse petróleo era importado.
Para resolver a situação, em 1976 o governo propôs a lei em conjunto com o ProÁlcool. O objetivo inicial era reduzir consideravelmente a dependência do país dos combustíveis fósseis mas, questões ambientais e de saúde também reforçaram a proibição.
Com o passar do tempo e a evolução do diesel, argumentos contra a proibição também ganharam força e muitos políticos passaram a questioná-la, tentando inclusive revogá-la sem sucesso. Entre os argumentos favoráveis estão o fato de que foram desenvolvidas tecnologias que diminuíram consideravelmente a emissão de poluentes (a partir da criação do diesel S10) e o de que ele é bem mais eficiente do que a gasolina, por exemplo (e por isso é o mais usado na Europa).
Até hoje, existem discussões a respeito, e ainda que não haja um consenso, é preciso ter em mente que, embora o diesel seja realmente mais eficiente que a gasolina (gasta menos) e de fato seja bem menos poluente que no passado, motores movidos a esse combustível são mais caros e mais indicados para veículos pesados, que rodam bastante e precisam de mais força que performance. Ou seja, não são tão viáveis para qualquer tipo de carro de passeio.
Além disso, vários países europeus que tradicionalmente usavam o diesel em seus carros de passeio tem revisto essa questão e em longo prazo preveem, até mesmo, a proibição de motores a combustão (seja a diesel ou gasolina) nesse tipo de veículo.
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